terça-feira, 30 de março de 2010

O fim.

" A música bate-estaca soa na mesma batida que o meu coração. Posso sentir o baixo batendo dentro do meu peito --- tum tum." As pessoas dançam a minha volta parecendo que não existe outra coisa a não se divertir. Olho para os lados e me pergunto: oque Eu estou fazendo aqui? procuro não pensar na resposta pois sei que ela não me agrada. Os corpos se contorcendo começa a me dar enjoo, ou melhor, aumenta o enjoo provocado pela ansiedade de estar no mesmo ambiente que ela. Do outro lado do salão misturada no meio de um grupinho dançando ao ritmo da musica está ela. Assim que a vejo o meu coração acelera numa batida descompaçada, ela também me vê mas fingi que não. Sinto- me em um impasse, de um lado a tentadora porta de saída me chama, mas se eu for embora tudo vai continuar como está, de outro, ela olhando de vez enquando na minha direção por entre as pessoas que nos separam, mas só de pensar em chegar mais perto dela tenho a sensação que vou desmaiar. Então sento na bancada do bar e peço uma cerveja, quando me viro pra olhar denovo ela não está mais lá. Faço uma varredura com o olhar pelo salão inteiro, mas nada. Tomo minha cerveja sentada de cabeça baixa tirando conclusões: É óbvio, claro, ela me viu e foi embora pra não ter que conversar comigo, tá me evitando denovo. Sinto um nó na garganta, preciso sair desse lugar o mais rápido. Já decidida a ir embora pago o garçom e saiu em direção a porta sem olhar pra nada e pra ninguém. Atravesso o salão quase que correndo, meu coração acelerado coincidindo com o barulho do meu sapato batendo no chão. Sei que se não chegar no carro em alguns segundos aquele turbilhão de sensações vão extravazar em lágrimas. Não vejo e não escuto mais nada, só quero ir embora. Então escuto uma voz, a voz. Paro na mesma hora, fico imóvel, percebo que estou sem respirar já a alguns segundos então retomo a respiração, minha vontade é de entrar no carro que já estava na minha frente arrancar e ir embora, mas não posso fazer isso senão não me perdoaria nunca. Me viro lentamente, e a vejo se aproximando, nessa hora não sinto mais o meu coração. Ela chega e para a meio metro na minha frente, começa a fazer perguntas corriqueiras como se eu fosse uma coleguinha que ela não via a algum tempo. Não consigo responder nada, só fico olhando sem prestar atenção a movimentação em volta. Então ela segura minha mão e me puxa pra sentar na calçada, seu toque parece dar choques na minha pele. Então ela senta e eu sento do seu lado, nesse momento parece que não existe mais nada, são só nós duas. Ela me olha e pela primeira vez nossos olhares se encontraram, isso me fez estremesser, mas logo percebi que o seu olhar era de uma tristeza misturada com uma espécie de compaixão. Fechei os olhos e parecia que não existia mais nada dentro de mim, tudo havia sumido, todos os sentimentos possíveis pra aquele momento resolveram me deixar na mão. Quando abri os olhos ela estava me olhando com expressão de pena e na sua buchecha esquerda refletia o rastro de uma lágrima que ia até o queixo. Olhando dentro dos meus olhos ela disse "desculpe- me se isso não foi mais parecido com o final de um livro".

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

O tempo esfria, a chuva começa a cair, e eu dentro de casa sentindo uma necessitadade imensa de sentir as gotas de água caindo sob minha pele. Coloco uma blusinha e uma bermuda velha, vou para chuva, e ali eu me encontro, sentindo aquelas gotas de agua que não param de cair que pra mim são lágrimas de várias pessoas chorando em prantos porque perdeu alguém, ou por amor. Lágrimas as vezes de alegria por ter encontrado alguém que não via a tempos, lágrimas que muitas vezes fazem bem ao coração. Aí o frio começa a apertar, mas me lembro que eu amo frio, sempre me imagino no sul ou na europa em ápoca de geada, tomando um chocolate quente com aquelas roupas magníficas que cobrem até o pescoço. Dai o frio passa e vem sensações, saudades, saudades do que ainda não aconteceu, de tempos que estão por vir ou que ao menos eu desejo que venham. Começo a chorar. As minhas lágrimas se misturam nas gotas que caiem, se misturam nas lágrimas de outras pessoas, de milhares de pessoas, e as razões de eu ter derramado lágrimas agora já não são mais importante, pois misturou com várias outras razões que com certeza tem maiores importâncias que as minhas. Meus pensamentos estão vagando por vários lugares, vejo que começou a escurecer, percebo que já estou toda molhada e tremendo de frio, mas não tenho vontade de entrar, pelo contrário tenho vontade de sair andando pela rua na chuva sem destino certo, com os pensamentos sem rumo. É isso que eu faço, começo a andar e a chuva começa a engrossar, eu sem prestar atenção pra onde estou indo percebo que meus pensamentos acompanham o rítmo da chuva. Paro para prestar atenção no barulho que as gotas fazem ao cair no chão, vejo de onde os músicos tiram suas inspirações, são barulhos bagunçados, mas ao mesmo tempo tão armoniozos. Recomeço a andar e pensar, quando dei por mim já estou de volta, na porta de casa. Começo a repassar o caminho que fiz, e vejo que apenas dei a volta no quarteirão, mas que acabei voltando para o mesmo lugar que iniciei essa trajetoria, mas percebo que sou outra pessoa totalmente diferente da que iniciou a caminhada, pois meus pensamentos me levaram pra longe, e quando voltei me senti bem, mais leve e com pensamentos tranquilos, pois lavei minha alma, lavei com lágrimas de dor, de alegria, de sofrimento, de paixão.